Professora morreu após tomar remédio com veneno de rato, diz sogra suspeita em carta
04/06/2025
(Foto: Reprodução) Elizabete Arrabaça, de 67 anos, afirma que nem ela nem Larissa Rodrigues sabiam que remédio estava com veneno e que as duas tomaram por estarem com dor no estômago. Suspeita e o filho, o médico Luiz Antonio Garnica, tiveram prisões prorrogadas. Sogra diz em carta que professora morreu após tomar remédio com veneno de rato
Elizabete Arrabaça, suspeita de matar a nora, a professora de pilates Larissa Rodrigues, envenenada em Ribeirão Preto (SP) em março deste ano, disse que a vítima morreu após tomar um remédio que estava com veneno de rato na noite anterior à morte.
Através de uma carta escrita por conta própria em 31 de maio e juntada pela defesa ao inquérito, a suspeita afirma que nem ela nem Larissa sabiam que o remédio estava com o veneno e que as duas tomaram por estarem com dor no estômago.
Elizabete foi presa com o filho, o médico Luiz Antonio Garnica, no dia 6 de maio. Nesta quarta-feira (4), o advogado da mulher, Bruno Corrêa, e do médico, Júlio Mossin, disseram que a Justiça prorrogou a prisão temporária dos dois, que se encerraria na quinta (5), por mais 30 dias.
Na carta, a suspeita diz que ambos são inocentes.
"Meu estômago estava doendo. Peguei o vidro do Omeprazol [medicamento para o estômago] e tome duas cápsulas. Daí, ela [Larissa] disse que a marmita não tinha caído bem no estômago dela, e eu falei: 'posso ir ao banheiro?'. Nisso, a Pandora [cachorra] pulou da cadeira, e a Larissa disse: 'posso tomar esse Omeprazol para ver se eu melhoro, sogra?'. Eu disse: 'claro que pode'", cita trecho.
Faça parte do canal do g1 Ribeirão e Franca no WhatsApp
O laudo toxicológico no corpo de Larissa apontou a presença de chumbinho. Segundo Elizabete, o veneno de rato foi conseguido pela filha, Nathália Garnica, para dar a vizinhos que possuem chácaras.
Nathália morreu um mês antes de Larissa, e a Polícia Civil exumou o corpo dela no dia 23 de maio para apurar se também houve envenenamento por chumbinho, como aconteceu com a professora.
"A conclusão que cheguei nesses dias, orando muito a Deus e suplicando uma luz divina, é de que Nathália havia colocado o veneno nas cápsulas de Omeprazol. Não existe outra explicação. Infelizmente, perdi duas filhas", pontua Elizabete.
'Agora já sei que vou morrer também'
Ainda durante o relato, a suspeita chegou a dizer que "agora já sei que vou morrer também", isso pelo fato de também ter tomado os medicamentos de Nathália e por estar se sentindo mal.
"Agora eu já sei que vou morrer também, porque, dos remédios dela [Nathália], levei todos para eu usar. [...] Eu também estou definhando, muita fraqueza. Tentei escrever, porque ainda estou na cadeia e piorando a cada hora."
Por fim, Elizabete afirma que ama os filhos, os netos e Larissa, a quem define como uma filha.
"Deixo um abraço para nossas amadas famílias, muito amor por todos vocês. Amo os meus filhos. Um beijo da vovó Bete para meus netos, que amo infinitamente e eternamente. Larissa, eu sempre lhe amei e amo como minha filha. Muitas lágrimas de amor", conclui.
Sogra é suspeita de matar professora envenenada em Ribeirão Preto
Reprodução/EPTV
O que dizem as defesas?
Advogado de Elizabete, Bruno Corrêa informou que pediu para que a cliente seja interrogada novamente.
Já Júlio Mossin, advogado de Luiz, disse que a carta comprova a inocência do médico e que ele está preso injustamente.
"Essa carta é a maior prova de inocência do Luiz. Nela, a mãe dele assume, sim, unicamente, a autoria do crime e põe fim à forma como esse delito teria ocorrido, que foi cometido via duas cápsulas de Omeprazol que, em seu conteúdo, tinha chumbinho. O restante que está sendo veiculado pela acusação, eu tenho só suposições", afirma.
Prisão domiciliar negada
No último dia 30 de maio, a Justiça negou o pedido para que Elizabete cumpra a prisão temporária em casa. Segundo Bruno Corrêa, o juiz da 2ª Vara do Tribunal do Júri entendeu que a idosa, de 67 anos, não preenche os requisitos legais para a concessão do benefício.
Já nesta semana, a suspeita foi transferida para a penitenciária de Mogi Guaçu (SP).
A Polícia Civil e o Ministério Público suspeitam que a professora tenha sido morta ao pedir o divórcio ao médico após descobrir uma relação extraconjugal dele.
As defesas de Garnica e da mãe dele negam participação no assassinato de Larissa.
O inquérito ainda não foi concluído. Até o momento, a Polícia Civil e o Ministério Público trabalham com a suspeita de homicídio com quatro qualificadoras: motivação torpe, uso de recurso que impossibilitou a defesa da vitima, uso de veneno e feminicídio.
Veja mais notícias da região no g1 Ribeirão e Franca
Vídeos: Tudo sobre Ribeirão Preto, Franca e região